Visões do Gartner Data Center Conference



No começo de abril, tivemos em São Paulo a Conferência Gartner Data Center, Infraestrutura e Operações de TI.

Esse texto é sobre as principais mensagens trazidas pelo Gartner:


1. TI BIMODAL, com modo 1 sendo a TI tradicional e o modo 2 sendo a TI voltada a inovação.
Em resumo:
  • Modo 1 é onde rodam os sistemas de registro e de manutenção das operações. Aqui ficam os bancos de dados, aplicações e web servers tradicionais, altamente dependentes de resiliência de infraestrutura.
  • Modo 2 é onde rodam seus sistemas de inovação e diferenciação da concorrência. Aqui ficam as aplicações desenvolvidas em PaaS, com microservices, containers, stateless run e com resiliência nativa da aplicação ou da plataforma.
  • Chama-se BIMODAL, por serem quase duas TIs totalmente distintas. Com distintos requisitos de governança, infraestrutura, modelo e arquitetura de aplicações.
  • Criar esse ambiente de inovação rápida é fundamental para a sobrevivência das empresas, mas pela razão escrita acima, boa parte das empresas vai falhar na sua tentativa de implementar a TI BIMODAL 
A imagem abaixo mostra uma ilustração rápida da diferença entre aplicações “Modo 1” e “Modo 2”. Rodar aplicações Modo 1 em plataforma Modo 2, em geral, leva a catástrofes de disponibilidade. Rodar aplicações Modo 2 em plataforma Modo 1, em geral, leva a desperdício de recursos e difícil elasticidade. Entender essa diferença é fundamental para poder planejar sua infraestrutura de forma correta.



O IDC cobre o mesmo tema, mas com uma nomenclatura diferente, referindo-se a SEGUNDA e TERCEIRA plataforma. Acho que vocês já viram esse gráfico aqui:



2) OSS (Open Source Software) vai crescer e se tornar uma parte importante e estratégica da TI corporativa (muito alinhado ao MODO 2). Os principais pontos
  • Por que? Evitar o VENDOR LOCKIN e REDUZIR CUSTOS 
  • OSS não é sinônimo de Software Grátis. Apesar destes terem distribuições sem custo, as empresas devem optar pelas distribuições pagas com suporte dos vendors 
  • Para os vendors de tecnologia isso vai trazer um desafio financeiro, forçando-os e evoluir como “Software Providers” 


3) Decisões de arquiteturas devem ser feitas baseadas em TCO, ao invés de considerar simplesmente o preço de aquisição. Por exemplo, quando falamos de um servidor básico, o SO é responsável por apenas 25% do custo total desse servidor. A maior fatia, 50% fica com custo de pessoal para administrar esse servidor. Com isso será que vale a pena optar por um OS com licença mais barata, mas que seja mais difícil (ou caro) encontrar mão-de-obra para administrá-lo? (não é uma pergunta retórica, já que a resposta pode variar para cada empresa. A pergunta é apenas para conscientizar da importância desse tipo de análise). O mesmo vale para todo o stack da TI, como aplicações, bancos de dados, e até mesmo cloud.





4) Cuidado com o “BYO - Faça você mesmo”. (ligado também a questão de TCO). Sempre existe uma “escala mínima” para compensar BYO. Isso vale para tudo, desde construir um datacenter até construir seus próprios servidores – mas a escala muda, dependendo do que se está analisando. Você não é o Google ou Facebook, então pare de tentar fazer igual a eles. (ok, eu admito que essa última parte é “interpretação extensiva” minha)



5) O futuro do datacenter passa por Software-Defined Data Center e Integrated Systems
  • SDDC vai permitir o surgimento de novas arquiteturas como a HYPERCONVERGENTE (já abordada em outro blog meu). 
  • SDDC vai permitir a redução da complexidade operacional do datacenter, reduzindo o TCO. 
  • Integrated Systems vai permitir a redução da complexidade de toda a cadeia de TI (arquitetura, aquisição, operação e suporte), aumentando SLAs e reduzindo o TCO. O Gartner também mostrou seu quadrante mágico:




6) O preço da nuvem pública vai continuar caindo, obrigando os fornecedores (e as equipes de TI) a serem mais criativas



7) IoT vai crescer, impulsionar ainda mais Big Data, e trazer novos desafios para a TI.



8) As empresas devem buscar reduzir custos de I&O (Infrastructure & Operations). (também para permitir aumentar investimentos na TI MODO 2).

























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